O Luto. A Morte… Nossa ou dos Outros. By Pati.

Fui criada católica, numa família sem muita fé, de distante origem judaica; distante e apenas histórica. Estudei em colégio feminino de freiras, o que me garantiu uma sólida educação cristã.

Aos 18 anos, ao entrar na universidade, área de Humanas, a formação acadêmica questionadora e reflexiva que recebi tanto na PUC quanto na USP,  me afastou de qualquer espiritualidade por mais de 10 anos.

Com o amadurecimento, os casamentos, os filhos, comecei a sentir falta de algo que transcendesse a vida material. Apesar da formação católica, lá não mais encontrava as respostas que buscava.

Por volta de 2001 iniciei minha jornada ao encontro do judaísmo de meus antepassados. Frequentei sinagogas, conheci pessoas, pesquisei e estudei muito. Levei meu caminho a sério e por um longo tempo. Aprendi e guardo em meu coração a cultura judaica, suas lindas tradições, sua história riquíssima. Conhecer a história de meus antepassados de Portugal e Espanha, as tristezas da Inquisição Católica, suas devastadoras consequências para milhares de famílias, a perda da identidade quando transformadas em cristãos novos… tudo isso ainda hoje me emociona. Mas também o judaísmo não tinha respostas para minhas inquietações espirituais.

Foi no espiritismo kardecista que, finalmente, me encontrei. Pois eu não precisava de regras nem de proibições. Eu não buscava um Deus que me ensinasse o que era certo nem o que era errado pensar ou fazer neste mundo concreto. Minhas dúvidas referiam-se ao plano espiritual da vida. Referiam-se à morte e ao que se dá depois dela. A morte era meu grande problema. Era ela que eu precisava entender! Era dela que eu precisava que me falassem. E foi no centro espírita aqui da minha pequena cidade no interior de SP que eu ouví coisas, no princípio difíceis de compreender, mas que deram sentido ao que há depois desta passagem… Foi o espiritismo kardecista que me tornou mais tranquila não só sobre a morte e seu depois, mas sobre as agruras que passamos aqui, no vale de lágrimas.

No colégio feminino de freiras no qual eu disse acima que havia estudado, éramos muito unidas, pois vivíamos num mundo à parte. Só meninas, vestidas de saia azul marinho pregueada, meias brancas erguidas até o joelho, com as freiras a nos vigiar…numa cidade de praia, quente, ensolarada…

Há poucas semanas fizemos um encontro para comemorar juntas o nosso aniversário de 50 anos. Algumas estão ainda com 49, outras já estão com 51 anos. Mas em média, estamos com 50 e resolvemos celebrar. De uma turma de quase 200, conseguimos localizar cerca de 120. Umas 10 já se foram. Duas por AVC, uma por acidente de moto, uma por suicídio… Das 120 localizadas, umas seis já são avós. Eu serei avó em um mês!

Uma passou por uma delicada cirurgia de retirada do estômago e do esôfago na semana passada, devido a um câncer agressivo. Há dois anos, uma outra teve um câncer também agressivo no pulmão. Ambas sobreviveram.

Uma já ficou viúva. Outra, cega. Uma terceira enfrenta, no momento, uma grave doença degenerativa neurológica que lhe tira os movimentos pouco a pouco. Quase não sai mais de casa.

Apesar de tudo isso, ainda nos chamamos de ‘meninas’. É assim que nos tratamos em grupo. Somos as eternas ‘meninas’ do colégio…

Nossa amizade é o  elo com a juventude no colégio de freiras, com o frescor da saia pregueada e das meias brancas erguidas até o joelho. É o elo com aquele momento mágico em que nossas vidas pareciam ainda não haver começado. Em que os motores estavam apenas se aquecendo para alguma grande largada de alguma importante corrida…Estarmos juntas nos afasta da consciência do tempo que passou…  Como não pensar na morte quando se vê o tempo passando em cada marquinha  na pele das mãos, em volta dos olhos, da boca, nos cabelos brancos escondidos? Como não pensar na morte quando as suas amigas do colégio de freiras já começaram a adoecer? Quando seus pais já começaram a morrer?

Escrevo sobre isso hoje por acreditar que, neste caso, a sabedoria está em enfrentar e não em se esconder. Espero que alguém, em algum lugar, em algum momento, possa ser acolhido e ajudado por este texto.

By Pati.

12.07.2016

 

PENSAR NA MORTE… LUTO.

FONTE:  Ballone GJ – Lidando com o Luto – in. PsiqWeb, Internet – disponível em http://www.psiqweb.med.br/,  2010.

A sensação de perda (luto) é um sentimento que, inegavelmente, mais cedo ou mais tarde todos experimentarão, pois todos se defrontam com a morte de alguém querido durante a vida. Talvez pelo fato desse sentimento aparecer habitualmente com certa surpresa, a possibilidade das perdas não costuma habitar a consciência das pessoas afetivamente bem. Dessa forma, o mais comum é que as pessoas estejam despreparadas para a perda.

Fisiologicamente a angústia ocorre após qualquer tipo de perda, entretanto ela é mais forte depois da morte de alguém que amamos. O luto não é apenas um sentimento, mas uma série de sentimentos característicos e que levam certo tempo para passar, além de não se poder apressá-los.

Apesar das diferenças entre as pessoas, a ordem em que estes sentimentos aparecem durante o luto é bastante semelhante. A tristeza é o sentimento mais comumente experimentado após a morte de alguém com forte vínculo afetivo. A reação de luto pode ser menor em pessoas que tiveram abortos espontâneos, partos de natimortos ou naquelas que perderam os bebês muito precocemente. Mas mesmo em alguns desses casos, apesar de não terem ainda construído um forte e intenso vínculo afetivo com a pessoa perdida, há sofrimento semelhante ao luto em grau variável e pode também necessitar de atenção.

  1. – Dormência Emocional
    Em poucas horas após o conhecimento da morte de alguém querido, a maioria das pessoas sente uma espécie de atordoamento emocional, como se não pudesse acreditar que realmente aconteceu. Esse sentimento existe, ainda que em grau geralmente diminuído, mesmo que a morte estivesse sendo esperada. Apesar de fisiológica, essa sensação de irrealidade pode se tornar um problema se durar por muito tempo.

Compreensivamente, se a pessoa emocionalmente dormente se confrontar com o corpo da pessoa falecida poderá começar a ultrapassar esta fase de entorpecimento. Em geral, o enterro ou a cerimônia funerária são ocasiões em que a realidade do que aconteceu realmente começa a firmar-se. De fato, pode ser angustiante ver o corpo ou a assistir ao funeral, mas estas são maneiras de tomar pé da realidade e mentalmente dizer adeus à pessoa querida. Apesar de essas coisas parecerem demasiadamente dolorosas, se não forem realizadas poderão resultar em um sentimento de profundo pesar nos próximos anos.

  1. – Inquietação ansiosa
    Logo, porém, esta dormência emocional desaparece e pode ser substituída por uma terrível sensação de inquietação, de suspiros e sensação de querer ter a pessoa morta de volta, mesmo que isso seja claramente impossível. Essa sensação torna difícil relaxar ou concentrar-se e pode dificultar dormir adequadamente. Os sonhos podem ser extremamente perturbadores.
    Nesta fase algumas pessoas sentem vontade de “ver” sua pessoa amada onde quer que estejam – na rua, no parque, ao redor da casa, principalmente nos lugares que passaram juntos. A fase de inquietação ansiosa pode ser dividida em outras sub-fases:

Raiva
Muitas vezes as pessoas sentem raiva nesta fase do luto – principalmente dos médicos, enfermeiros e outros profissionais que não impediram a morte, até de amigos e parentes que não fizeram o suficiente para evitar a morte, ou mesmo da pessoa “deixou-se” morrer.

Culpa
Outro sentimento comum é a culpa. As pessoas reviram mentalmente tudo o que gostariam de ter dito ou feito para a pessoa falecida. Entre o que poderia ter sido feito, algumas pessoas chegam a considerar algumas coisas capazes de ter evitado a morte. A pessoa enlutada pode precisar ser lembrada do fato da morte ser, geralmente, inexorável. A culpa também pode surgir diante da sensação de alívio emocional que se sente depois de alguém morrer, geralmente depois de uma doença crônica, demorada e dolorosa. Este sentimento de alívio é muito natural, extremamente compreensível e comum.

  1. – Tristeza ou Depressão
    Este estado de agitação é mais forte cerca de duas semanas após a morte, e é geralmente seguida por tristeza ou depressão, reclusão e silêncio. Estas mudanças súbitas de emoção podem parecer confusas para amigos ou parentes, mas são partes da trajetória normal do luto.

Na medida em que a inquietação ansiosa diminui, os períodos de depressão tornam-se mais freqüentes e atingem o seu auge entre quatro e seis semanas mais tarde. Crises de aflição podem ocorrer a qualquer momento, comumente desencadeadas por pessoas, lugares ou alguma coisa capaz de mobilizar lembranças da pessoa morta.

Normalmente as pessoas enlutadas podem surpreender as outras quando, de repente, explodem em lágrimas sem uma razão imediata aparente. Nesta fase, pode ser indicado manter a pessoa em luto afastada de outras que não a compreendem ou compartilham do sofrimento.

Tem sido considerado benéfico tentar voltar às atividades normais após duas semanas. Quando isso não acontece pode aparecer aos outros que a pessoa enlutada passa muito tempo sentada, quieta e sem fazer nada. Essa apatia e desinteresse refletem, na verdade, pensamentos recorrentes sobre a pessoa perdida.

Com o passar do tempo, o sofrimento do luto feroz cede e começa a dissipar-se. Diminuem os sintomas depressivos e a pessoa sente ser possível começar a pensar em outras coisas, a olhar novamente para o futuro. No entanto, a sensação de ter perdido uma parte de si mesmo costuma demorar muito tempo ainda ou nunca desaparecer totalmente.

Estas diferentes fases do luto, muitas vezes se sobrepõem e se mostram de maneiras diferentes em pessoas diferentes. A maioria se recupera de um grande luto dentro de um ou dois anos. A fase final do luto é um “abrir mão” da pessoa que morreu e início de um novo tempo de vida. A depressão pode desaparecer completamente, o sono e a energia voltam ao normal. Sentimentos e funções sexuais podem ter desaparecido por algum tempo, mas voltam nesta fase final.

Mesmo considerando a fisiologia dessas fases do luto, isso não quer dizer que haja um modelo “standard” de luto. As pessoas são diferentes e diferentemente reagem à vida, tanto nos momentos bons como nos sofrimentos.

Também as pessoas de variadas culturas lidam com a morte de maneiras distintas. Desde a pré-história nossos ancestrais vêem lidando de maneiras diferentes com a morte nas mais diferentes épocas e culturas. Ao longo dos séculos as pessoas em diferentes partes do mundo elaboram suas próprias cerimônias para lidar com a morte.

Em algumas comunidades a morte é vista apenas como uma etapa de um ciclo contínuo e não como um ‘ponto final’ da existência. Os rituais e cerimônias de luto tanto podem ser de natureza pública e demonstrativa, como privados e íntimos. Em algumas culturas o período de luto é fixo, em outras não se reconhece um tempo determinado, mas de qualquer forma os sentimentos vivenciados pelas pessoas enlutadas podem ser semelhantes nas mais diferentes culturas. Não se deve confundir a qualidade desses sentimentos relativos às perdas, muito semelhantes entre os seres humanos, com suas mais diversas formas de expressão.

Luto em Crianças
Embora as crianças não possam compreender o significado da morte antes dos três ou quatro anos, eles podem sentir a perda de parentes próximos da mesma forma que os adultos, podem chorar e sentir uma grande angústia. Porém, em crianças, diferentemente dos adultos, as fases do luto podem transcorrer mais rapidamente. Em idade escolar as crianças podem experimentar o sentimento da culpa mais intensamente, podem se sentir responsáveis pela morte de um parente próximo e, dessa forma, necessitar de uma atenção mais especial.

Os jovens podem não falar ou se queixar de sua dor, com medo de adicionar sofrimentos adicionais aos adultos à sua volta. Assim, um apelo especial se faz sobre o sofrimento das crianças e adolescentes e de suas necessidades diante do luto. Em geral a recomendação psicológica é para que escolares e adolescentes devam ser naturalmente incluídos na cerimônia funeral.

Solidariedade Terapêutica
Familiares e amigos podem ajudar passando algum tempo com a pessoa enlutada. Nesses casos, não tanto pelas palavras de conforto necessárias, mas sim a presença solidária durante o tempo de sua dor e de sua angústia. Um ombro amigo, compreensivo e mesmo silencioso expressará grande apoio quando as palavras não são suficientes. É importante dar para as pessoas tempo suficiente para se lamentarem.

Ajudar com a limpeza, compras ou cuidar de crianças pode aliviar o fardo inicial de estar sozinho. Idosos enlutados podem precisar de ajuda com as tarefas que o falecido companheiro fazia – lidar com contas, cozinhar, doméstico, ficando o carro à oficina e assim por diante.

Ter alguém do lado é importante quando as pessoas enlutadas sentem vontade de chorar ou falar sobre seus sentimentos de dor e sofrimento. Embora os sentimentos do luto acabem passando com o tempo, antes disso muitas pessoas pesarosas precisam falar e chorar. Quando não se sabe o que dizer para a pessoa enlutada é importante ser honesto e dizer isso para ela. Isto lhe dará a chance dela própria dizer o que quer.

As pessoas muitas vezes deixam de mencionar o nome da pessoa que morreu para a pessoa em luto por medo de que seja perturbador. No entanto, para a pessoa enlutada isso pode parecer que os outros estão se esquecendo de sua perda. Alguns podem achar difícil entender por que a pessoa enlutada quer continuar no mesmo lugar, na mesma casa em que viva com a pessoa querida antes da morte, mas isso é parte do processo de resolução da dor e não deve ser desencorajado.

Também deve ser lembrado que ocasiões comemorativas (não só da morte, mas também aniversários e casamentos) são particularmente dolorosas quando amigos e parentes fazem um esforço especial para estar junto. Nessas ocasiões a pessoa enlutada deve resolver o que será melhor para si.

Existem pessoas que não parecem sofrer tanto e impressionam a todos. São pessoas que não choram no funeral, evitam qualquer menção de sua perda e voltam à sua vida normal com rapidez impressionante. Isso pode não significar falta de sofrimento, mas sim uma forma particular de lidar com perdas e danos, um mecanismo de defesa contra o sofrimento. Algumas pessoas não se permitem lamentar com franqueza seus sentimentos, outras não têm essa oportunidade devido às pesadas exigências de cuidar de uma família ou de uma empresa. Outras pessoas podem manifestar sentimentos mais exuberantemente e até mesmo sofrer estranhos sintomas físicos de origem emocional ou quadros de depressão que se repetem ao longo dos anos seguintes.

Devido as reações vivenciais não-normais (veja na coluna ao lado) alguns enlutados podem começar a desenvolver um luto crônico e persistente. As sensações iniciais de choque e de descrença podem durar anos, com notável dificuldade em acreditar que a pessoa amada está morta. Outros podem continuar incapazes de pensar em outra coisa além da perda, muitas vezes fazendo o quarto da pessoa morta uma espécie de santuário para a sua memória.

A depressão, comum a quase todos os lutos, pode tornar-se muito mais grave, e um sinal disso pode ser quando a comida e a bebida são recusadas, assim como quando pensamentos de suicídio aparecem. Ocasionalmente, noites insones podem continuar por muito tempo e tornar-se um problema sério. Se a depressão continua por muito tempo, fugindo à norma da fisiologia do luto normal, pode haver necessidade de tratamento médico à base de antidepressivos e psicoterapia por algum tempo.

O luto vira o mundo da pessoa de cabeça para baixo e é uma das experiências mais dolorosas. Pode ser estranho, terrível e avassalador. Apesar disto, é uma parte da vida que todas as pessoas estão fadadas e geralmente não requer atenção médica. Entretanto, ao perceber-se agravamento do quadro depressivo, notadamente em pessoas com antecedentes de transtorno afetivo ou do humor, recomenda-se pronta intervenção terapêutica.

 

E PORQUE HOJE É 6ª FEIRA: dois looks de outono para o seu fds! By Silvia.

Como hoje é uma deliciosa 6ª feira de outono, que tal já começar a planejar os looks do final de semana, meninas?

Pra quem tem compromisso no sábado à noite, minha sugestão é uma saia longa branca transparente da Luigi Bertolli. Para compor um look high/low, a blusa preta em linha com gola alta, porém sem mangas. Mais pesada e cobrindo os quadris, a blusa Le Lis Blanc compõe muito bem com a a fluidez e a transparência do tecido da saia. Marcando a cintura e combinando com a delicada bolsa, um cinto Arezzo.

O contraste entre a gola alta e a ausência das manga na blusa de linha mais grossa, o comprimento longo porém em um tecido levíssimo na saia, personificam otimamente o nosso outono tropical!

look festa outono

 

Já para um domingo outonal, dia de descanso e descontração, o vestido floral de fundo escuro, mangas 7/8 e ombros de fora da Duetz , fica ótimo com o mesmo cinto Arezzo marcando a cintura e a delicada bolsa!

Com os cabelos presos, optei por um par de brincos longos, cujo movimento dá sensualidade e feminilidade ao conjunto! Observem que, usando cinto e brincos com vestido florido, nada de colar! Ou corremos o risco de sobrecarregar a região, dando um ar muito pesado ao conjunto!

look outono

 

Espero que tenham gostado das dicas e um ótimo FDS a todas!

Beijinhos,

By Sílvia!

INFIDELIDADE: Com a palavra, o dr.Flávio Gikovate! By Pati.

Médico psiquiatra formado pela USP, o psicanalista e escritor brasileiro Flávio Gikovate escreveu mais de 25 livros sobre problemas relacionados a nossa vida social, afetiva e sexual e seus reflexos na sociedade.

Para abordar um assunto tão delicado como a INFIDELIDADE, fomos buscar em Gikovate uma palavra confiável, fugindo dos achismos e palpites de revistas femininas superficiais. Queremos dar ao tema a seriedade e a importância que ele merece, pois sabemos que trair ou ser traído impacta nossas vidas e afeta nossas estruturas. Livros de auto-ajuda com lições do tipo “faça isso” e “não faça aquilo” não ajudam quem tem feridas profundas e doloridas a cicatrizar.

Abaixo, nossa tentativa de colaborar.

Abraços acolhedores,

By Pati.

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Infidelidade: os perfis e motivos dos traidores. Alguns traços de personalidade, como egoísmo e narcisismo, aumentam as chances da pulada de cerca

Júlia Reis, iG São Paulo | 04/06/2011 08:00:04

http://delas.ig.com.br/amoresexo/infidelidade-os-perfis-e-motivos-dos-traidores/n1597000021720.html

 

Indivíduos que não toleram bem frustrações são menos confiáveis em uma relação monogâmica, aponta psiquiatra. O medo da traição assombra os relacionamentos monogâmicos. E a maioria dos casamentos passará por um contratempo do tipo, afirma o psiquiatra Flávio Gikovate. Para ele, quanto mais longa a relação, maiores as chances da infidelidade se tornar um capítulo na vida conjugal – talvez o último.

Além do tempo de união, alguns traços de personalidade também tornam certos parceiros mais dispostos a trair. “O que leva o indivíduo a ser infiel é a maturidade emocional e o rigor da formação moral”, explicou Gikovate no lançamento do programa de televisão “Traidores”, que será exibido pelo canal Discovery Home & Health.

Para explicar a infidelidade, Gikovate separa as pessoas em dois tipos: egoístas e generosos. Cada um deles, quando trai, tem motivações e meios diferentes. O primeiro grupo é composto por indivíduos que não toleram frustrações, e por conta disso não se arriscam a amar profundamente. Eles não sabem ser contrariados e cuidam mais dos próprios interesses do que dos outros. Nesse perfil se encaixam as pessoas sedutoras, descontraídas e que recebem mais atenção do que dão. “Elas não têm remorso nem culpa”, explica o psiquiatra. Os famosos cafajestes e as mulheres insinuantes fazem parte dessa categoria que, por falta de freio moral, traem quando querem. “Os egoístas são de vários tipos: cultos, feios e bonitos”, explica Gikovate.

[…]Por outro lado, os generosos só traem quando têm uma motivação especial. Reservados e discretos, eles se culpam demais, fazem o estilo bonzinho e seguram o desejo de ficar com outras pessoas pelo receio de magoar. “Ele pensa, pondera, não consegue mentir. Ele só vai aprontar se o casamento tiver muito abalado ou se as circunstâncias forem específicas”, define Gikovate. Nesses casos, é mais comum que o homem ou a mulher busque fora da relação estável uma necessidade não atendida, que pode ser sexo, admiração ou respeito.

Ailton Amélio, psicólogo especialista em relacionamentos e autor do livro “Para viver um grande amor” (Editora Gente), acredita que alguns perfis de pessoas apresentam maior pré-disposição para traição. São eles os narcisistas, que se acham superiores e ficam irritados quando não são tratados assim; os preguiçosos, negligentes e pouco confiáveis; e os insensíveis aos sentimentos dos outros. “Os mais liberais em termos políticos e sociais também podem trair mais, porque têm menos freios morais”, completa Amélio.

Por mais que a personalidade dê indícios, rotular ou apontar o dedo para um potencial infiel não é simples assim. “Essas categorias botam todos no mesmo saco, mas as pessoas têm vidas, experiências e entrosamentos diferentes. Os livros e análises estatísticas sugerem padrões, mas a média não é o João ou a Joana”, pondera Maria Luiza Macedo de Araújo, psicóloga e presidente da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade.

 

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Traição sexual ou sentimental?
Uma noite de sexo é certamente diferente de manter uma relação afetiva em paralelo ao casamento. Assim, a infidelidade sexual é diferente da sentimental. Gikovate acredita que a sexual é mais realizada pelos homens, porque neles existe um desejo visual mais intenso. Já a mulher se excita ao se sentir desejada e nem sempre é motivada pelo corpo do sexo oposto para ter uma relação fora do casamento. As sedutoras, versão feminina do cafajeste, ficam satisfeitas pela vaidade. “Mulher com freio moral fraco também apronta. As imaturas, com as primeiras decepções na relação, já traem”, diz o psiquiatra.
A traição sentimental é quase sempre relacionada com frustrações, quando os casais têm pouco sexo, trocam muitas críticas, e nas ocasiões em que uma das partes se sente rebaixada. Assim, a escapada ocorre quando o insatisfeito encontra o que deseja fora do casamento. Para Gikovate, esse caso será mais provável entre os generosos. E é mais difícil de perdoar. “Quando há envolvimento emocional é mais complicado. Essa é a maior causa de muitas separações”, diz Maria Luiza.

Nas mulheres, o mecanismo da traição sentimental também não é o mesmo. A realização sexual não entra tanto em jogo como a perda da admiração e do encantamento amoroso. “Ela cresce profissionalmente e começa a achar o marido bobo”, diz Gikovate.

Para Lilian Viveros Hawkinson, 47 anos, jornalista, autora do livro “A Traição Feminina” (Editora Matrix), as mulheres raramente traem só por sexo e, em geral, acabam se envolvendo com o amante. “Claro que têm mulheres com o perfil de transar por transar, mas o que se vê é aquela que está cansada de ser deixada de lado, que quer ser amada, desejada, se sentir sensual, bonita, inteligente”, avalia.

Se a traição parece tão possível na vida prática dos casais, será que ela pode ser superada? A escapada do compromisso do casamento não resolve problemas nem é fácil de encarar, mas em alguns casos pode reabrir um diálogo, na opinião de Gikovate. Para Maria Luiza, a traição pode ser a oportunidade de redimensionar a relação, se bem conduzida e superada. “Mas é difícil. Nos dias de hoje, costuma dar em divórcio”, diz.

 

 

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Flávio Gikovate: “Sim, a traição pode salvar um casamento”

A conclusão é do psiquiatra especialista em relacionamentos, que tem 35 anos de experiência em consultório. Mas, para isso acontecer, é preciso assimilar que existe, sim, uma diferença entre a traição sexual e a sentimenal

Por Mayra Stachuk

http://revistamarieclaire.globo.com/Revista/Common/0,,EMI237702-17596,00-FLAVIO+GIKOVATE+SIM+A+TRAICAO+PODE+SALVAR+UM+CASAMENTO.html

Poucos assuntos rendem tanto quanto a traição. Seja ela cometida pelo homem ou pela mulher – o que está cada vez mais comum nos dias de hoje, com o estreitamento das diferenças comportamentais entre os dois sexos. Mas, apesar de muitos pontos de vista e argumentos contra e a favor, o tema ainda não é consenso nem mesmo entre os especialistas. Será, por exemplo, que uma traição poderia de alguma forma salvar um casamento em crise? Para o o psiquiatra Flávio Gikovate, especialista em relacionamentos, essa hipótese se torna viável quando a traição for sexual e não sentimenal.

Convidado do canal Discovery Home & Health, que estreia no próximo dia 7 uma série com depoimentos reais e dramatizados de casos de traição, o psiquiatra deu na terça-feira (31), na Casa do Saber, em São Paulo, uma palestra sobre o tema central da série da tv a cabo, chamada “Traidores”. Durante a uma hora e meia de conversa com jornalistas e convidados, Gikovate defendeu basicamente a concepção de que sexo e amor são coisas separadas. Sendo assim, daria para encarar a traição de duas formas diferentes: a emocional e a sexual.

É um ponto de vista bem masculino, diriam muitas, mas os argumentos do psiquiatra fazem sentido, considerando que assim como mulheres e homens são diferentes um dos outros, eles também são diferentes entre si. Ou seja, nem todo homem trai. E nem toda mulher é apenas vítima de traição.

Para entender o ponto central da palestra de Gikovate, vale abrir um espaço para a definição que ele deu, logo no início, para a diferença entre amor e sexo e do por que eles não andam necessariamente juntos. O amor, segundo ele, é uma experiência interpessoal, ou seja, que precisa de mais alguém além de nós mesmos para acontecer. Nosso primeiro contato com esse sentimento acontece ainda no útero e, desde o nascimento, não conseguimos mais nos desfazer dele, da necessidade de sentir-se amado. O amor, tanto o materno quanto o matrimonial, presupõe a sensação de paz, harmonia e aconchego. “Na linguagem do filósofo alemão Schopenhauer, por exemplo, o amor é um prazer negativo que nasce como remédio para uma dor de desamparo. Ou seja, a sensação de incomplitude que existe em cada um de nós se alivia com o amor. Por isso não consigo conceber a idéia de amor próprio, amor por si mesmo. O amor é sempre interpessoal”, afirmou Gikovate.

Já o sexo, diz, é puramente pessoal. Sexo é prazer, é satisfação momentânea e física. E isso se consegue sozinho, sem a ajuda de ninguém. “Ternura e tesão são coisas diferentes. Por isso a traição sexual e sentimental são coisas diferentes”, define o psiquiatra. A traição sexual, segundo ele, é mais comum nos homens no que nas mulheres por uma razão muito simples: o homem tem o desejo visual muito mais intenso e aguçado do que as mulheres. Mas isso não significa que todos os homens, por terem esse instinto, são capazes de trair. O que leva o indivíduo a transformar esse desejo físico que ele sente por alguém em fato ou não é a sua percepção moral ou sua maturidade sentimental.

Para o psiquiatra, existem dois tipos de pessoas nesse sentido moral, e aí se englobam homens e mulheres. O primeiro é o que ele define como tipo intolerante à frustração e, consequentemente, mais egoísta e imaturo emocionalmente. São aquelas pessoas que dificialmente se entregam a um amor verdadeiro porque amar envolve o risco de sofrimento e a imaturidade emocional dessas pessoas as permite lidar com isso, eles não suportam o “não”. Parecem pessoas mais frias, porque em geral sentem menos remorso pela traição, realmente se preocupam menos com o sentimento dos outros. Nos homens, esse perfil é o do típico cafajeste e nas mulheres, são aquelas mais exibidas, que gostam de provocar e despertar desejo no homem, mesmo que ela não tenha coragem de levar a traição às vias de fato. Ela sente prazer apenas em ser desejada.

O segundo tipo Gikovate chama de pessoas mais generosas. São mais tolerantes e cheios de culpa –o oposto do egoísta, às vezes nao trai porque não vai conseguir depois lidar com a culpa. Esse tipo de homem também sente desejo por outras mulheres, é aquela questão instintiva, da natureza. Ele olha, deseja e pode até fantasiar, mas é difícil que ele cometa realmente a traição. Ou, se acontecer, é aquele tipo que está infeliz e insatisfeito no casamento e, numa viagem de trabalho sozinho acaba se envolvendo por uma noite com uma mulher que conhece no hotel em que está hospedado, seja ela uma profissional do sexo ou não. E essa é a traição puramente sexual, o cara provavelmente nem lembra direito da noite, havia bebido mais do que o normal e usou o sexo como uma válvula de escape – porque, ao contrário das mulheres, eles conseguem separar com mais facilidade o sexo do sentimento, o desejo do amor.

Mas então, com tudo isso dito, a qual conclusão se chega? É possível então afirmar que uma traição, se for sexual, pode ajudar a salvar um casamento? É possível recuperar a confiança no parceiro depois de uma experiência dessas? “Eu acho que a traição pode, sim, trazer algum benefício para uma relação porque ela abre a possibilidade de diálogo. E um casamento que chegou ao ponto de haver uma traição claramente estava sendo negligenciado nesse aspecto de troca entre os cônjuges. De repente pode até melhorar a vida sexual daquele casal, que poderia estar morta – isso é comum, por exemplo, depois que se tem filhos. Quanto a perdoar, recuperar a confiança, essa sem dúvida é a parte mais difícil e é por isso que nessa hora os casais buscam a ajuda de profissionais, fazem terapia. Porque a recuperação da confiança depende também muito da autocrítica daquele que foi traído, de ele assumir sua parcela de responsabilidade. Nenhum indivíduo fica infeliz num casamento sozinho, isso é impossível. Então um (senão os dois lados) estavam negligenciando a relação. Se esse for o problema e a traição tiver sido sexual, eu acredito, sim, que pode ser superada. Já a traição sentimental, no meu ponto de vista, é muito mais difícil de ser superada. A questão deixou de ser apenas física. Passou a envolver uma terceira pessoa. E, nesses casos, mesmo que o sujeito se separe para ficar com a amante por quem havia se apaixonado, pela minha experiência em 35 anos de consultório posso afirmar: dificilmente essa segunda relação dá certo.”

 

 

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Os motivos da traição
Por Adriana Bifulco

http://www.dgabc.com.br/Noticia/227608/os-motivos-da-traicao

São Paulo, 02 (AE) – Quem nunca ouviu falar em uma traição? Há os que foram traídos por suas caras-metades e os que já traíram alguém. Mas o que leva uma pessoa a cometer uma infidelidade? De acordo com o médico psiquiatra, psicoterapeuta e escritor Flávio Gikovate, ela normalmente acontece quando existem decepções ou frustrações na vida amorosa. “Em determinados casais, o nascimento dos filhos também pode abalar um casamento”, afirma o especialista.
Segundo Gikovate, existem três tipos de traições: “a sexual, a sentimental com desdobramento sexual e a virtual”. A primeira ocorre quando o relacionamento está abalado. “Aí há a possibilidade de acontecerem experiências casuais. O sujeito viajou a trabalho, conheceu uma moça interessante no bar do hotel e passa a noite com ela. Mas no dia seguinte volta para casa, como se nada tivesse acontecido”, diz o psicanalista.
Para exemplificar o caso da traição sentimental com desdobramento sexual ele conta uma história que será relatada na série “Traidores”, que estreia na próxima terça-feira (7), às 22h, no canal por assinatura Discovery Home & Health. “O casal teve um filho, a mulher entregou-se totalmente à maternidade e o rapaz já tinha afinidade com uma colega na rádio na qual trabalhava. Daí para os dois terem um caso não demorou muito”, conta.
Já a traição virtual é um campo que está sendo analisado ainda mais a fundo pelos psicólogos e psicoterapeutas. “O que avaliamos é que a traição virtual em geral é mais cometida pelos homens, porque o imaginário toma conta. Antes era por telefone e agora acontece pela internet”, conclui.

AS DIFERENÇAS ENTRE OS SEXOS – De acordo com o especialista, o homem é um ser mais visual. “O desejo sexual dos homens por várias mulheres é universal”, ressalta. Já a mulher fica excitada ao se sentir desejada. “E elas se esmeram para chamar a atenção do sexo oposto”, finaliza.
Além das particularidades entre ambos os sexos, Gikovate explica que existem dois grandes grupos de pessoas: os egoístas e os generosos. Os egoístas são aqueles que toleram mais as situações de frustração. “São indivíduos que não aceitam o não, não sentem remorso, que é a preocupação com o outro. É o cafajeste, que tanto encanta as mulheres”, exemplifica.
Já o tipo generoso é o oposto. “São pessoas mais quietas, reservadas, têm mais sentimento de culpa, preocupam-se em causar dor no outro. Não querem magoar o parceiro nem a vítima sexual”.

QUANDO A TRAIÇÃO É DESCOBERTA – “Quem trai, em geral, não conta”, diz Gikovate. Mas quando a infidelidade vem à tona, normalmente o parceiro traído pede para voltar com o traidor. “O que foi traído começa a lutar para reaver a relação. Dá para perdoar, mas confiar de novo é difícil”. É neste momento que começa o trabalho do terapeuta familiar. “Aí o que foi traído assume a parcela de responsabilidade na história. O mesmo acontece por parte do traidor”.
Muitas vezes, de acordo com o especialista, uma traição abre a possibilidade de mais diálogo, que antes não havia, entre ambas as partes. Há casos em que a vida sexual do casal melhora, se a situação for superada. “Mas ambos precisam se avaliar para isso acontecer”, complementa Gikovate.

 

 

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Traição virtual é mesmo uma traição? Para especialista, tudo depende do sentimento envolvido.

29/06/2011  07h00

http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/entretenimento/2011/06/29/traicao-virtual-e-mesmo-uma-traicao-para-especialista-tudo-depende-do-sentimento-envolvido.htm

 

Ser infiel no mundo virtual é o mesmo que trair uma pessoa no mundo real? Para muitos, ‘traição é traição’, não importa onde ou como. “Apesar de não acontecer nada fisicamente, existe a mesma intenção de quem está traindo”, afirma a designer Lígia Aliberte. Mas há aqueles que pensam diferente:  “Se tem a intenção de se encontrar, é traição, mas às vezes no virtual é uma coisa fictícia que nunca vai acontecer”, diz Raine Kimberly, assessora de eventos.

TRAIÇÃO VIRTUAL É IGUAL A INFIDELIDADE NO MUNDO REAL?

Ambas foram ouvidas pela reportagem do BOL, que foi às ruas de São Paulo saber qual a opinião das pessoas sobre a traição virtual (veja o vídeo ao lado). Para o médico psiquiatra Flávio Gikovate, o que denuncia a gravidade de um caso extraconjugal, seja real ou virtual, é o nível de intimidade que se atinge. “Atração física virtual, só pelo prazer, não tem significado algum. É como uma masturbação qualquer, assistindo a um vídeo na internet. Não existe ameaça alguma para o parceiro, pois esse tipo de intimidade sempre existiu e continuará existindo”, afirma Gikovate, que atualmente é apresentador da série “Traidores”, do canal de TV pago “Discovery Home & Health”. Para Gikovate, o contato físico não diz nada sobre a profundidade do relacionamento entre as pessoas envolvidas em um caso.

Ainda assim, o amante virtual não passa de uma figura imaginativa; muitas vezes um encontro real com a pessoa acaba com a expectativa criada no mundo virtual. “Há muita interferência subjetiva no relacionamento. Uma moça alta, quando acionava a webcam, escondia a sua estatura conversando sentada. Quando se desnudava, mostrava apenas os seios para o parceiro. Ao se encontrarem ele teve um grande susto, pois era baixo. No tempo virtual, ele a via ‘pequena’, devido à posição sentada”, relata o psicoterapeuta e sexólogo Joaquim Motta, colaborador do site Metade Ideal, parceiro do BOL Namoro.

FLAVIO GIKOVATE DEBATE A INFIDELIDADE CONJUGAL

Já Flávio Gikovate acredita que mesmo sem nunca haver o contato físico é possível criar uma conexão profunda e sentimental pela pessoa do outro lado da tela do computador. Gikovate explica que há pessoas com mais dificuldade de se relacionar no mundo real, mas encontram na internet uma forma “segura” de iniciar uma relação.

O psiquiatra divide, de uma forma geral, todas as pessoas em dois grupos: dos “egoístas” e dos “generosos”. Os integrantes do primeiro tipo são mais extrovertidos, conseguem lidar melhor com outras pessoas, mas têm grande dificuldade de lidar com frustrações. “Este tipo se preocupa menos com as outras pessoas e não costuma sentir remorso, com isso ele geralmente não encontra problemas para mentir e ‘aprontar’ no mundo real”, explica Gikovate.

Já o grupo dos “generosos” tem mais peso na consciência e gosta de dar amor, carinho e estar ao lado de alguém. Muitas vezes são mais tímidos e não seriam capazes de ter a “cara de pau” de contar uma mentira a fim de conquistar outra pessoa na “realidade”. “No mundo virtual, os generosos podem se sentir mais desinibidos. Realmente se escondem atrás de um personagem, e acreditam que não irão machucar nem a pessoa abordada na web, nem o parceiro do mundo real”, conta o especialista.

 

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É justamente esse grupo mais carente emocionalmente que acaba se envolvendo mais a fundo no relacionamento virtual. “O fato de a pessoa gostar de ‘dar amor’ faz com que ela se envolva cada vez mais com os casos que começam na rede”, afirma Gikovate. Aos poucos, a ideia de saciar a necessidade afetiva de outra pessoa faz com que ela passe a ter laços sentimentais. “É nesse momento que não importa se o amante é virtual ou real. Quando se envolve o sentimento, a dor da outra pessoa sempre será muito maior”.

O sexólogo Joaquim Motta também considera que a preferência pela traição online, pode indicar uma fraqueza ou medo de procurar um envolvimento de verdade. Essa retração das pessoas as transforma em seres cada vez mais isolados.

Sexo virtual

“Na relação real, os pares vão ao encontro com todos os canais ativos, todos os órgãos dos sentidos participam. Os parceiros se ouvem, se tocam, se saboreiam, se olham, se cheiram. Na virtual, temos uma masturbação sofisticada, eles se veem e se ouvem. E quando se expõem e se exibem, podem favorecer a ilusão de tocar, beijar, penetrar”, resume o sexólogo Joaquim Motta.

O sexo virtual e sem emoção pode ser considerado uma redução de uma noite de sexo virtual. Quem antes buscava uma noite de prazer com outras pessoas, só pela atração física, está cada vez mais atraído pela relação via web. Para o psiquiatra Flávio Gikovate, no futuro, as pessoas vão trocar o sexo casual pelo virtual. “Economiza tempo, dinheiro, energia e cada um está no seu canto. Não estou defendendo esse tipo de atividade, mas é algo que podemos prever”, afirma.

A traição virtual é muito mais antiga. Quando ainda nem se pensava em navegar pela web, já existiam os serviços de sexo por telefone. Majoritariamente utilizado por homens, este foi o primeiro serviço a oferecer sexo virtual.
Na boca do povo

Existe um grande receio de que, se a pessoa se expuser no mundo virtual, há mais chances de os outros descobrirem, mas isso não é necessariamente verdade. “Existem pessoas espertas ou descuidadas nos dois mundos”, relembra Flávio Gikovate. Se alguém vai descobrir o que está acontecendo de errado na vida pessoal de alguém depende apenas de quanto cuidado ela vai tomar. As pessoas também faziam “fofoca” antes da internet.

Homens x Mulheres

Os dois especialistas ouvidos pelo BOL afirmam que, quando se trata de traição somente física, o homem costumam trair mais que as mulheres. “Os homens são atraídos muito mais pela imagem e beleza. Apesar de também prestar atenção na beleza do sexo oposto, a mulher costuma ter muito mais prazer em se exibir e ser motivo da atração”, afirma Gikovate.

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No entanto, quando a traição inclui sentimento pelo amante, não há diferenciação. “É meio a meio. Nestes casos, elas traem tanto quanto eles”, diz o especialista. “Cerca de 80% dos casos em que existe suspeita de um dos lados, há um caso extraconjugal de fato acontecendo”, afirma um detetive especializado em traições, que pediu para ser identificado apenas como Paulo. Uma pesquisa da editora Abril, publicada na revista “VIP” de junho de 2011, realizada com 1.198 mulheres de todo o Brasil entre 18 e 35 anos, aponta que 54% delas já traíram.
Como resolver?

Na opinião de Flávio Gikovate, se existe a necessidade de procurar algum tipo de amor, carinho ou prazer sexual fora do relacionamento, há algo de errado que precisa ser trabalhado. “É preciso buscar entender melhor o ser humano. Procurar entender as necessidades do casal”, afirma o psiquiatra, que ressalta: “Sempre que envolver sentimento, vai ser mais difícil de superar. Seja uma traição no mundo real ou fantasioso”.

 

SAI DILMA, ENTRA TEMER.Tá difícil entender o Brasil e o mundo? Dica da minha biblioteca pessoal. By Pati.

uma mulher de 50 pode tudo

Sim, está! Muuuito difícil! Não importa o meio de comunicação que vc prefira: TV (Jornal Nacional, Bandnews, Globonews – meu predileto), Veja, Exame, Época, IstoÉ, Site, Blogs ou qq outro! Brasília virou uma baderna! E o mundo não fica atrás.

confuso bem informado

Manter-se informada, compreender o que acontece na política, na economia, no Brasil, no mundo, está muito complicado, difícil…. parece que tem que se ter pelo menos graduação em Sociologia ou História.

O Brasil passou no último ano por um momento que ficará marcado em nossa história enquanto Pátria/Nação e enquanto pessoas/cidadãos. Foi uma crise ampla de aspectos éticos e morais, econômicos e políticos que afetou e continua afetando a todos nós (escrevo isso em maio de 2016, no 2º dia do mandato interino no Presidente Michel Temer). Crise que nos afeta psicologicamente e cotidianamente em todo e qualquer aspecto de nossa vida: do emprego às compras do supermercado; da paz…

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Pessoas tóxicas: um trem desgovernado que nos atropela e ainda se faz de vítima! Mas a vítima somos nós! By Pati.

Eu tenho uma pessoa tóxica na minha vida e só descobri isso aos meus 40 anos, depois que ela já tinha feito e me levado a fazer  muitos estragos pelo meu caminho.

Até hj, lidar com ela requer um monitoramento constante da minha parte, pois não é alguém que eu possa riscar simplesmente!

Ela ocupa grande parte da minha terapia. Minha psicóloga a classifica como um trem desgovernado que atropela quem está na frente e me ensinou que cabe a mim aprender a sair da frente deste trem doido…porque o trem não quer mudar, não enxerga que precisa mudar e não dá a mínima para o estrago que causa a sua volta! O trem atropela e pronto! Continua sua marcha tresloucada!

E a gente fica lá, caída na beira da estrada, cheia de machucados emocionais, tentando fazer aquilo tudo ter algum sentido! Essa é a minha vida desde que me conheço por gente!

Nunca fez nem fará sentido algum! O trem é doente e não quer se tratar! Cabe a mim e a você que se vê em situação semelhante, cuidarmos de nós para não sermos atropeladas, magoadas, machucadas. Cabe a nós nos resguardarmos e nos preservarmos das pessoas tóxicas que nos rodeiam.

Espero que este texto abra os olhos de muitas!

Beijos,

By Pati.

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Às vezes, para viver temos que ignorar muitas pessoas

Para sermos felizes temos que saber ignorar muitas pessoas. Temos que aprender a viver e a esquecer aquelas palavras ou sentimentos que pretendem nos anular.

Há pessoas que são conflitivas e que nos atormentam com suas queixas, com seus julgamentos e com seus dramas. Isso pode ser cansativo, entristecedor e altamente tóxico, pois condiciona o nosso bem-estar à incerteza de suas ações.

Por isso temos que deixar de nos alimentar daquelas trocas que nos sugam a energia e nublam nossa realidade. Portanto, o primeiro que temos que aprender é a ignorar certas pessoas naqueles momentos nos quais estão nos fazendo mal.

Afaste-se de tudo o que se afastar de você

Afaste-se do que faz mal, do que escurece sua vida, do que se torna pesado. Afaste-se das pessoas tóxicas porque sua saúde irá agradecer. Não permita que seu mundo se desmorone.

A balança emocional deve ser inclinada para o lado do seu bem-estar, mas talvez seja necessário abraçar os demônios, para conseguir vê-los como “menos ruins”.

Não se esqueça de que, de vez em quando, temos que nos descarregar. A mente, assim como o corpo, deve se desintoxicar de radicais livres, de emoções negativas, de passados conflitivos, de pessoas que a desestabilizam.

Deixar ir embora o sofrimento

Dizer adeus ao sofrimento pode ser uma tarefa complicada, mas às vezes é importante parar e restabelecer nossas prioridades. Por isso devemos agir para deixar escapar as emoções dolorosas, aquelas que não são saudáveis e que nos atormentam, que nos impedem de evoluir.

Como em seu dia disse Epícteto, “o que nos perturba não são os fatos, mas o que pensamos sobre eles”.Por isso é importante que saibamos identificar, expressar e valorizar nossas emoções de maneira estratégica. Vejamos a seguir:

1. Expressando nossos sentimentos e emoções

Às vezes não precisamos que uma mente brilhante nos fale, mas sim que um coração paciente nos escute. Nossas emoções nascem para ser experimentadas, por isso retê-las por medo só consegue turvar nossa realidade.

2. Analisando as crenças que sustentam as emoções dolorosas

É natural nossa preocupação em render bem nos estudos, mas não podemos nos aterrorizar pelos nossos erros, pois dessa forma só alimentamos maus sentimentos. Ou seja, não há pior tormenta do que a que alguém se forma na cabeça.

Este mesmo raciocínio pode servir para as nossas diversas emoções. Dessa maneira, temos que brigar para evitar a vergonha, mas não a decepção, para eliminar a culpa, mas não o remorso, e para nos desfazermos da ira, mas não do aborrecimento.

3. Transformando, liberando e filtrando esses sentimentos e emoções

Analisar nossas emoções e sentimentos não é suficiente; devemos explorar o que se esconde por trás deles. Esta é a única maneira de nos libertarmos. Pode ser que seja inevitável ter uma parte “não saudável” em nossas emoções e pensamentos, mas o que temos que ter claro é que não devemos alimentá-la.

Não deixe ir embora as pessoas que tornam seu mundo bonito

Não deixe ir embora as  pessoas que tornam seu mundo mais lindo, deixe partir as que o anulam. Conserve em sua vida tudo aquilo que o ajuda e aquilo que o torna uma pessoa melhor.

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Sofrer, aguentar e sacrificar sua vida não o valida como ser humano, nem o faz melhor, só o atormenta e o diminui. Rodear-se de pessoas negativas consegue obscurecer tudo aquilo que brilha em nós.

Cuide e enriqueça sua vida com relações que sustentem seu bem-estar. Faça-o sempre de maneira sincera, com afeto e com respeito. Mantenha sua porta aberta para as boas pessoas e ignore tudo aquilo que faça mal a você; sua saúde vai agradecer.

 

FONTE:   http://amenteemaravilhosa.com.br/as-vezes-viver-ignorar-muitas-pessoas/
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BDSM: Ou ’50 Tons de Cinza Para Mulheres Adultas’. Um assunto tão quente quanto o nosso outono! By Pati.

Sabe aquele livro que virou filme, ‘Cinquenta Tons de Cinza’? Pois é, esquece! Lí os três livros e é pura baboseira! Água com açúcar, sessão da tarde! Se você se interessa pelo assunto ou não; se tem curiosidade ou se nunca ouviu falar (não acredito!!), sugiro que leia este texto abaixo, retirado de três diferentes fontes (devidamente citadas).

BDSM é um assunto que me atrai, já lí vários livros (de verdade, não só ’50 Tons…’), participei de grupos de discussão e conheço adeptos. São práticas variadas que nada têm de perigosas nem de psicóticas, neuróticas ou qq outro termo da área.

É importante ressaltar que BSDM ou SADOMASOQUISMO ou SM, é CONSENSUAL, ou seja, são práticas que não são impostas ao parceiro. Ao contrário, ambos, o que domina e o que se submete, desejam assumir aquela posição. É uma brincadeira, um fetiche, uma opção, uma variação sobre o mesmo tema.

Existem pessoas que praticam eventualmente, outras vivem isso 24/7.  Há casais que colocam essas práticas em suas vidas sexuais para apimentar o relacionamento e fugir da rotina (há posts sobre isso aqui no blog).

Considero BDSM um passeio no parque num feriadão ensolarado, cabelos ao vento, sensação de liberdade, pés descalços. Faz quem quer, o que quer, quando quer, porque quer e com quem quer. Quem não quer não faz!

Por último, mas não menos importante, é necessário ressaltar que assumir o papel submisso ou dominador numa relação BDSM não reflete o papel ou a personalidade que a pessoa tem na vida! Ao contrário!

 Espero que gostem e, quem sabe, divirtam-se com as dicas! Afinal, uma mulher de 50 pode tudo, inclusive descobrir novas formas de prazer!

 Beijos,

 By Pati

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FONTES:

http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Comportamento/noticia/2015/02/50-tons-de-bdsm-os-beneficios-que-os-fetiches-trazem-saude.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/BDSM

http://lugardemulher.com.br/voce-sabe-o-que-e-bdsm-parte-1/

 

BDSM é um acrónimo para a expressão “Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo” um grupo de padrões de comportamento sexual humano.

O BDSM tem o intuito de trazer prazer sexual através da troca erótica de poder, que pode ou não envolver dorsubmissãotortura psicológica, cócegas e outros meios. Por padrão, a prática é aplicada por um parceiro(a) em outro(a).

Aliás, o BDSM agrega toda uma subcultura, incluindo não apenas o ato fazer sexo algemado ou dar e levar tapas, mas também roupas, costumes e dinâmicas de relacionamento, mesmo que não se encaixem estritamente nas categorias da sigla.

Sabe aquele sexo comum, que geralmente chamamos de “papai-e-mamãe”? Em um contexto BDSM, a todo tipo de prática ou expressão que não é de alguma forma diversa, damos o nome de “baunilha”. É claro, o que é considerado não convencional depende do lugar e da época. Isso quer dizer que o BDSM inclui não apenas aquela imagem estereotípica de pessoas com chicotes e roupas esquisitas, mas abrange uma enorme diversidade de expressões sexuais fetichistas.

A subcultura do BDSM é extremamente plural e todos os tipos de fantasias, práticas e expressões são permitidas. Por mais obscuras ou específicas que possam ser as suas fantasias – como, digamos, a atração sexual por melancias – tenha a certeza de que há outras pessoas que compartilham do seu fetiche. Os coletivos BDSM são espaços onde você pode se sentir livre para viver a sua sexualidade sem medo de represálias.

Muitas das práticas BDSM são consideradas, num contexto de neutralidade ou não sexual, não agradáveis, indesejadas, ou desvantajosas. Por exemplo, a dor, a prisão, a submissão e até mesmo as cócegas são, geralmente, infligidas nas pessoas contra sua vontade, provocando essas sensações desagradáveis. Contudo, no contexto BSDM, estas práticas são levadas a cabo com o consentimento mútuo entre os participantes, levando-os a desfrutarem em conjunto.

O conceito fundamental sobre o qual o BDSM se apóia é que as práticas devem ser SSC (Sãs, Seguras e Consensuais). Atividades de BDSM não envolvem necessariamente a penetração mas, de forma geral, o BDSM é uma atividade erótica e as sessões geralmente são permeadas de sexo. O limite pessoal de cada um não deve ser ultrapassado, assim, para o fim de parar a sessão/prática, é utilizada a Safeword, ou palavra de segurança, que é pré-estabelecida entre as partes.

 

HISTÓRIA DO BDSM

Os termos sadismo e masoquismo têm influência histórica e são “homenagens” aos escritores Marquês de Sade e Leopold von Sacher-Masoch. O primeiro foi um filósofo francês que passou grande parte da vida preso e isolado devido às suas obras eróticas, que contavam histórias de mulheres torturadas por prazer. Já Leopold Masoch era um jornalista austríaco, cuja obra mais famosa fala de um personagem que atinge o orgasmo ao ser espancado e humilhado pelo amante da esposa.

No entanto, nem Sade nem Masoch são os precursores do BDSM. Não há um consenso sobre a origem exata das práticas BDSM, mas se sabe que práticas semelhantes já existiam há muitos séculos. Desde a Grécia Antiga até o Kama Sutra há referências de sadomasoquismo e dominação e submissão eróticas.

Mas muitas das práticas retratadas em registros históricos não são aceitas no BDSM atual, que se baseia acima de tudo na segurança e no consentimento. Essa questão é muito importante: embora possamos nos inspirar nos mesmos instrumentos usados na tortura medieval, por exemplo, para as práticas atuais, é importante lembrar todos os tipos de torturas cruéis, perigosas e feitas à força – ou seja, sem consentimento -, não podem ser chamadas de BDSM.

 

Símbolos

Bandeira Leather Pride, um símbolo da subcultura BDSM e Fetichista.

Leather Pride

Emblema triskelion do BDSM.

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O símbolo oficial da comunidade BDSM é uma derivação do triskelion. O Triskelion é a forma básica do emblema, com três “braços” curvados para fora do centro e fundindo-se com um círculo abrangente. O Triskelion é uma forma antiga, que teve muitos usos e muitos significados em muitas culturas.

O símbolo BDSM verdadeiro deve atender aos seguintes três critérios:

1) Os aros e os raios são de um metal de cores, indicando neste caso ouro, ferro e prata.

2) Os aros e os raios são de largura uniforme com os braços girando em sentido horário.

3) Os campos internos são pretos.

4) Os buracos nos campos são verdadeiramente buracos e não pontos.

Os itens e estilos de BDSM e fetiche têm sido amplamente difundidos na vida cotidiana dos sociedades ocidentais por diferentes fatores, tais como moda de vanguardaheavy metalsubcultura gótica, e séries de TV de ficção científica, e muitas vezes não são conscientemente conectados com suas raízes BDSM por muitas pessoas. Embora tenham sido confinados principalmente às subculturas Punk e BDSM na década de 1990, desde então têm se disseminado para partes mais amplas das sociedades ocidentais.

bandeira do orgulho de couro é um símbolo para a subcultura de couro e também amplamente utilizado dentro de BDSM. Na Europa continental, o Anel de O é difundido entre os praticantes de BDSM. O Triskelion é comum em comunidades de língua inglesa.

 

Bondage e disciplina?

Esses são alguns dos elementos que compõem o BDSM:

Bondage é a arte de amarrar pessoas, seja pela estética, pela restrição ou pelo prazer erótico. Existem muitas técnicas para muitos fins diferentes e pode ser feito tanto com cordas quanto algemas, correntes ou grilhões. Há pessoas que sentem tanto prazer em estar amarradas que praticam bondage em si mesmas!

 

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Disciplina diz respeito à técnica de disciplinar ou ser disciplinado por uma pessoa para os mais diversos fins. Embora seja consentida, a disciplina geralmente vai além de uma simples relação de dominação porque, para reforçar as mudanças de comportamento desejadas, é preciso manipular a pessoa a ser treinada e fazê-la ultrapassar os próprios limites. Embora o reforço seja muitas vezes feito com tapas ou espancamentos, também pode ser feito impedindo a pessoa de, por exemplo, comer o prato favorito ou assistir televisão.

Dominação e submissão é uma dinâmica de relacionamento onde uma pessoa se submete a outra, que toma o controle da situação. É o caso de alguém que permite que outra pessoa o amarre, humilhe, espanque e mande fazer coisas, por objetivos que podem ser ou não ser sexuais. Há gente que gosta de uma dominação estritamente financeira, outras pessoas gostam que o dominador controle a rotina, as roupas, a dieta.

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Sadomasoquismo

Flagelação de tipo sado-masoquista.

Sadomasoquismo refere-se a relações entre tendências diferentes entre pessoas buscando prazer sexual na dor. O termo sadomasoquismo seria a relação entre tendências opostas, o sadismo e masoquismo.

sadismo é a tendência em uma pessoa que busca sentir prazer em impôr o sofrimento físico e moral a outra pessoa.

masoquismo é a tendência oposta ao sadismo, é a tendência em uma pessoa que busca sentir prazer em receber o sofrimento físico e moral de outra pessoa.

A relação destas duas tendências não representa que a mesma pessoa possui as duas tendências e sim um contato entre pessoas com tendências opostas.

De acordo com a Classificação Internacional de Doenças F65.5 o sadomasoquismo é considerado doença se apenas a atividade é a fonte de estimulação mais importante do casal ou é necessária para a satisfação sexual. O sadomasoquismo pode causar agressões,traumas e morte.

 

Sadismo

O termo sadismo deriva do nome do escritor e filósofo francês Donatien Alphonse François de Sade (Marquês de Sade), e denota a excitação e prazer provocados pelo sofrimento alheio.

O foco do sadismo sexual envolve atos (reais, não simulados) nos quais o indivíduo deriva excitação sexual do sofrimento psicológico ou físico (incluindo humilhação) do parceiro.

Alguns indivíduos com esta parafilia se sentem perturbados por suas fantasias sádicas, que são simuladas ou invocadas durante a atividade sexual, mas não efetivamente concretizadas. Nesses casos, as fantasias sádicas envolvem, habitualmente, o controle completo ou parcial sobre a vítima, que se sente aterrorizada ante o ato sádico iminente.

Outros indivíduos sádicos compartilham seus impulsos sádicos com parceiros masoquistas, que sentem prazer (ou ao menos consentem) em sofrer dor ou humilhação. Este tipo de relação, onde as duas tendências se complementam, é denominada sadomasoquista.

Outros, finalmente, colocam em prática seus anseios sexuais sádicos com vítimas que não dão consentimento.

Em todos esses casos, o que causa excitação sexual ao indivíduo sádico é o sofrimento real ou potencial da vítima.

Os indivíduos podem também atar, vendar, dar palmadas, espancar, chicotear, beliscar, bater, queimar, administrar choques eléctricos, estuprar, cortar, esfaquear, estrangular, torturar e mutilar. Em situações extremas, especialmente quando associadas a casos graves de Transtorno da Personalidade Anti-Social, os indivíduos podem chegar a matar suas vítimas.

As fantasias sexuais sádicas tendem a ter origem na infância. A idade de início das atividades sádicas é variável, mas habitualmente ocorre nos primeiros anos da vida adulta. O sadismo sexual geralmente é um fenômeno crônico.

Quando o sadismo sexual é praticado com parceiros que não consentem com a prática, a atividade tende a ser repetitiva. Alguns indivíduos podem dedicar-se a atos sádicos por muitos anos, sem necessidade de aumentar o potencial de infligir sérios danos físicos. Geralmente, entretanto, a intensidade e gravidade dos actos aumenta com o tempo, até que o indivíduo sádico seja preso ou receba tratamento psicoterápico adequado.

 

Sadismo Seguro

Dentro do grupo adepto das práticas resumidas nos termos SM (Sadismo e Masoquismo) e BDSM (Bondage, Dominação, Sadismo e Masoquismo), o sadismo se encontra como uma prática segura, sendo sua realização de comum acordo entre as partes envolvidas no ato. A comunidade BDSM usa o lema SSC, que significa “são, seguro e consensual”.

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Sadismo vs. Masoquismo

É relativamente recente a atual separação didática entre o sadismo e o masoquismo pela psicanálise. No entanto, já há um consenso entre os estudiosos de que se trata de ocorrências distintas. Numa relação sadista, apenas um dos envolvidos é sádico (a relação pode envolver duas, três ou mais pessoas), e não há necessariamente um masoquista em questão. Nessa relação, as práticas adotadas visam à satisfação do sádico. Numa relação de masoquismo, analogamente, à do masoquista.

 

Sadismo vs. Fetichismo

Uma imagem clássica do sadismo é a da dominatrix de máscara e espartilho de couro ou borracha, empunhando um chicote e gritando impropérios. Essa é, na verdade, uma imagem mais ligada ao fetichismo do que ao sadismo ou ao masoquismo. Sadismo é uma prática, não uma fantasia. Embora se confundam, o que os diferencia é a intenção. Ao fetichista, a indumentária. Ao sadista, a sensação de domínio e/ou de causar sofrimento ao parceiro/parceira. A dominação psicológica, onde raramente existem práticas disciplinares (palmadas, spanking, etc.) também é uma forma muito comum e nela existe, ou pode existir, a tortura psicológica e fisica.

 

 

ALGUMAS FANTASIAS E PRÁTICAS COMUNS

O BDSM é extremamente diverso e é absolutamente impossível conhecer em apenas um texto todas as possibilidades de práticas e fantasias que existem. Não se sinta sozinho no mundo se não encontrar a sua fantasia listada aqui: há muita gente que compartilha dos mesmos fetiches que você, não importa o quanto você os ache estranhos.

Pet Play é quando o submisso se comporta como um bicho de estimação do dominador. Geralmente o animal é um gato ou um cachorro e as brincadeiras incluem o uso de utensílios como pratinhos, coleiras ou brinquedos.

Pony Play é uma forma mais específica de Pet Play onde o submisso assume o papel de um cavalo ou pônei. O dominador pode montar no submisso e usar celas, rédeas e chicotes. Alguns grupos realizam corridas de pôneis humanos.

Age Play é quando o submisso interpreta uma criança ou um bebê. Na comunidade dos “adult babies” (bebês adultos), é comum que o submisso seja depilado e forçado a utilizar fraldas, para provocar a sensação de humilhação e vulnerabilidade de um bebê de verdade. A premissa das brincadeiras é que a criança se comportou mal e precisa ser punida.

O fetiche por roupas geralmente acontece com roupas de látex ou de couro. Além de muitas pessoas sentirem prazer simplesmente pelo fato de estarem vestidas dessa forma, essas roupas são um dos aspectos mais fortes da subcultura BDSM e são exigidas como regras de vestimenta em algumas festas.

Castidade é quando o dominador priva o submisso de qualquer contato erótico ou sexual. Pode ser feito com o uso de cintos tanto para mulheres quanto para homens, que impedem o contato do genital com qualquer coisa, ou pode ser somente exigido do submisso sem nenhuma restrição física impeditiva. A castidade pode durar algumas horas ou vários meses.

Ordenhar a próstata diz respeito à prática de estimular a próstata sem encostar no pênis, para provocar a expulsão de esperma sem proporcionar um orgasmo. Praticantes de castidade a longo termo geralmente fazem isso para evitar que o esperma se acumule por muito tempo no organismo, algo que alguns médicos relacionam ao câncer de próstata.

Cock and Ball Torture (tortura do pênis e escroto), geralmente abreviado para CBT, são uma série de práticas para causar dor ou desconforto intenso no pênis. Podem ser usados chicotes, prendedores, géis que ardem…

Urethral Play geralmente está associado à penetração com sondas uretrais, algo que pode causar uma dor intensa, mas também pode proporcionar muito prazer.

Chuva dourada é o ato de urinar em cima de um submisso. Pode proporcionar prazer tanto para quem mija quanto para quem é mijado.

Face-sitting é quando odominador ou dominadora senta no rosto do submisso para obrigá-lo a estimular o genital ou ânus oralmente.

Medical Play é a simulação de uma situação médica onde o submisso assume o papel do paciente e fica vulnerável aos exames intrusivos do dominador. Geralmente são usados muitos equipamentos, como sondas ou estimuladores elétricos.

Supremacia feminina é uma subcultura onde os praticantes acreditam que as mulheres são líderes naturais dos homens.

Female-led relationships (relacionamentos com liderança feminina), geralmente abreviados para FLR, diz respeito a uma relação onde a mulher comanda em todos os aspectos da casa. Nesse caso, o domínio não é somente erótico mas se dá também por meio dos aspectos financeiros, por exemplo.

Submissão financeira é quando uma pessoa sente prazer em trabalhar para bancar outra financeiramente. Geralmente os submissos são homens que se sentem humilhados por serem “incapazes” de agradar a dominadora sexualmente, e portanto renegados a uma posição de submissos financeiros.

Não-consensualidade consensual é quando um submisso aceita que o dominador ultrapasse os seus limites preestabelecidos. Basicamente, o submisso consente que o dominador explore a sua sexualidade independente de seu conforto e entusiasmo iniciais.

Edgeplay são brincadeiras consideradas mais pesadas e que beiram o perigo. Geralmente essas práticas saem do controle do dominador e exigem extremo cuidado e conhecimento dos participantes. Por exemplo, brincadeiras com eletricidade, lâminas, fogo ou substâncias químicas são formas de edgeplay.

 

SEJA LIVRE PARA VIVER SUAS FANTASIAS

Gosta da ideia de ser amarrado, mas não quer sentir dor? Não tem problema. No BDSM não há papéis rígidos e todo mundo pode fazer o que quiser. Você pode dominar sem necessariamente disciplinar; pode sentir dor sem ser humilhado; pode até mesmo ser amarrado, humilhado e sentir dor sem absolutamente nenhum objetivo sexual. Você pratica com quantas pessoas quiser, onde quiser e do modo que bem entender.

Aliás, o BDSM não tem nenhuma definição exata e, como subcultura, abrange muitas práticas e fetiches que não se encaixam perfeitamente na sigla. É o caso de podólatras ou amantes de roupas de couro, por exemplo.
Também não importa qual é o seu sexo, cor, classe social ou credo. Todos podem ser o que bem quiserem, variar de papel e mesclar elementos de quantos fetiches desejarem. As suas preferências são o limite.

Existem, claro, subculturas dentro do BDSM que praticam fetiches que especificam pessoas. Por exemplo, há grupos que exaltam a submissão feminina aos homens, outros sentem-se mais à vontade com a supremacia feminina. Há fetiches por pessoas de diferentes características físicas, com certos tipos de roupas, comportamentos ou maneirismos. Mas nenhuma fantasia predomina sobre todas as outras. O BDSM, como um todo, engloba absolutamente tudo o que você conseguir imaginar, basta encontrar pessoas que pensam de forma parecida com a sua.

No BDSM, as pessoas são muito mais do que apenas masoquistas, dominadoras ou submissas. Quem decide o que, como, quando, com quem e com qual intensidade o BDSM deve estar presente na sua vida é você mesmo.

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FETICHE NÃO É COISA DE GENTE DOIDA

Esqueça essa história de que BDSM é coisa de gente “doente” e “tarada”, que só pensa em sexo 24 horas por dia e que sai pelas ruas com roupas de látex. A maioria dos praticantes de BDSM são pessoas perfeitamente “normais”, que estudam, trabalham, namoram e são muitas vezes casadas. Muitos médicos, professores, advogados e empresários bem sucedidos vivem uma verdadeira vida dupla e praticam o BDSM sem que os amigos ou a família sequer desconfiem. Se você espera encontrar pessoas “loucas”, babando e com camisa-de-força, vai quebrar a cara.

A grande verdade é que quase todas as pessoas usam pelo menos alguns elementos BDSM em suas vidas sexuais. Você já deu ou já levou tapas na bunda ou puxões de cabelo? Chamar de “vadia” ou “cachorro”, vendar e amarrar os braços na cama, morder, arranhar as costas e beliscar os mamilos são só alguns exemplos de práticas BDSM que são feitas rotineiramente, apenas com menor intensidade.

A fixação sexual por certos objetos ou partes do corpo também faz parte da sexualidade de muita gente que se considera baunilha. Você considera normal se atrair por bundas ou seios, ou até mesmo por barbas ou roupas coladas? Então não há nada o que temer: fetichismo não passa disso, só que com objetos ou partes do corpo menos sexualizadas pela sociedade.

A medida que você for desbravando o mundo dos fetiches e fantasias, vai ver que muito da forma como você faz sexo, mesmo do modo mais baunilha possível, ainda conta com a presença de elementos de dominação, submissão ou fetichismo.

 

O BDSM NÃO É INTRINSECAMENTE MACHISTA

Há quem não goste do BDSM por acreditar que a subcultura é machista. Mas dizer que o BDSM é preconceituoso seria como dizer que, por exemplo, esporte ou música são preconceituosos. Não há nada que torne o BDSM intrinsecamente machista, pois há espaço para todas as fantasias, desde as mais certinhas até as mais escandalosas. Quem torna uma certa esfera do BDSM classista, sexista ou racista são os próprios praticantes. Assim como qualquer relacionamento em nossa sociedade, os relacionamentos pautados no BDSM também estão sujeitos à bagagem cultural e pessoal dos seres humanos.

Essa história que veio com o livro “50 Tons de Cinza” de que as mulheres estão todas louquinhas para encontrar um macho dominador não passa de pura besteira. Além das milhares de mulheres que são dominadoras, há uma infinidade de gays e lésbicas curtindo os seus fetiches.

Um dos argumentos usados por algumas pessoas é que, mesmo quando as mulheres assumem o comando, elas estão realmente tentando agradar os homens. E embora existam, de fato, muitos homens que tentam convencer suas parceiras a dominá-los, são incontáveis as mulheres que não querem nem saber o nome do cara que estão dominando.

Esqueça aquela imagem de uma moça jovem e bonita com roupa fetichista fazendo poses sensuais para atiçar o namorado. As pessoas de carne e osso, da realidade, são muito diferentes. Muitas senhoras de mais de 60 anos acreditam na supremacia feminina e disciplinam os seus maridos com roupa velha enquanto lideram suas casas.

Mas isso também não significa que o BDSM seja feminista ou subversivo. Há, sim, coletivos especialmente preconceituosos. Não espere que a galera com fetiche por pessoas gordas seja especialmente sensível com as causas contra a gordofobia. E algumas pessoas não têm muita noção de que suas fantasias são somente sexuais e realmente acreditam que isso se aplica pra todas as esferas de convívio social; o pessoal que segue o Gor, por exemplo, acha que a sociedade seria melhor se todas as mulheres fossem escravas sexuais.

No geral, as pessoas entendem que suas fantasias sexuais são só fantasias e não esperam o resto da sociedade siga as suas preferências pessoais. Esse é, aliás, um dos pontos chave para entender que a submissão feminina no BDSM não reforça valores machistas: uma mulher submissa no BDSM está fazendo uma escolha autônoma com relação a sua própria vida sexual de sair do sexo “comum” para o sexo “inconvencional”, diferente de algumas pessoas que, apesar de baunilhas, acreditam que a submissão é o padrão para todas as mulheres.

O ponto é que, pro bem ou pro mal, no BDSM há espaço para todo mundo. Se você evita se relacionar com pessoas intolerantes na faculdade ou no trabalho, é só seguir o mesmo esquema e evitar pessoas intolerantes no BDSM.

 

“MAS POR QUE ALGUÉM IA QUERER APANHAR?”

Algumas pessoas gostam de dor simplesmente porque sentem prazer em uma sensação mais intensa na pele. Outras gostam de superar os próprios limites. Tem gente que gosta do fator psicológico, de se sentir humilhado ou subjugado por meio de torturas físicas. A verdade é que as causas dos seus fetiches são quase sempre irrelevantes: o que importa mesmo é como você se relaciona com eles.

Além disso, quando o corpo humano é exposto a muita dor, ele libera endorfinas, algo que pode causar um verdadeiro rush de prazer em alguns submissos.

Muita gente acaba descobrindo por acidente que gosta quando a mordida é mais forte ou o tapa mais doloroso. É assim que milhares de pessoas acabam descobrindo que curtem o BDSM.

 

COMO EVITAR ACIDENTES

Para praticar o BDSM é preciso ter muita responsabilidade e conhecimento, especialmente se você vai manejar brinquedos como chicotes, cordas ou velas. Cada objeto requer medidas de segurança específicas e não são todas as partes do corpo humano que podem ser atingidas. A irresponsabilidade pode custar muito caro, pois podem acontecer acidentes graves com efeitos irreversíveis. Só tope uma sessão com quem entende do assunto e te passa confiança.

Embora algumas pessoas adotem práticas realmente perigosas em suas vidas sexuais, algumas medidas de segurança são mais ou menos aceitas ao redor de toda a comunidade. É o caso da safeword: uma palavra de segurança, algo sem nenhuma relação com sexo e que não seria usado normalmente na situação, para comunicar o parceiro que precisa parar. Geralmente é o submisso quem fica encarregado de usar a palavra de segurança caso precise parar a sessão, mas algumas vezes, é o dominador quem precisa estar atento, pois quando o submisso está vendado ou amarrado, pode acabar não percebendo algum detalhe importante. Em casos onde o submisso vai estar amordaçado, pode ser combinado também um gesto de segurança.

Um dos slogans mais famosos do BDSM é a tríade SSC: são, seguro e consensual. Quer dizer que só são aceitáveis práticas sãs, que não apresentam riscos permanentes à integridade física dos participantes e com o consentimento de todos os envolvidos. Isso significa que é aceitável dar palmadas em uma pessoa, desde que ela esteja de acordo, mas não é aceitável estrangulá-la, uma vez que isso pode ocasionar em morte.

Mais recentemente, muitas pessoas vêm adotando o RACK no lugar do SSC: Risk-aware Consensual Kink, algo como “fantasia consensual e consciente dos riscos”. Muitas dessas pessoas acreditam que o SSC é incerto, pois é muito difícil estabelecer os limites que separam os atos sãos e seguros das práticas perigosas. Até mesmo um simples tapa tem alguns riscos e cabe aos participantes estarem perfeitamente conscientes e bem informados antes de aderirem à prática. Sem conhecimento dos riscos, não há possibilidade de consentimento.

De uma forma ou de outra, o consentimento é o pilar que sustenta o BDSM e que o separa de situações de abuso. Cabe aos praticantes compreenderem que nem todas as suas fantasias podem ser realizadas. Os participantes precisam treinar com muita cautela e aprender sobre o manuseio de equipamentos e seus efeitos no corpo humano antes de partir para a prática.

 

BDSM VICIA?

Existe um mito de que todo mundo que começa a praticar o BDSM, nunca mais consegue fazer sexo baunilha. Mas isso não é verdade. O motivo por que tantas pessoas começam com brincadeiras mais leves e tendem a ir aumentando de intensidade não é simplesmente porque vicia: na maioria das vezes, é porque a sociedade reprime tanto as formas diversas de se fazer sexo, que a maioria das pessoas não faz ideia de tudo o que o BDSM oferece e só passa a conhecer – e consequentemente, a ter vontade de experimentar – depois que já começou com práticas mais leves.

Ninguém é obrigado a praticar o BDSM toda vez que faz sexo. Muita gente pratica o BDSM só esporadicamente e continua tendo relações baunilha na maioria das vezes. Outros incorporam alguns elementos fetichistas em suas vidas sexuais, mas mantêm uma vida perfeitamente comum em todas as esferas. Algumas pessoas separam completamente seus desejos BDSM do relacionamento afetivo e fazem sessões com outras pessoas em horário e local marcados, sem envolver o parceiro. Há até mesmo gente que mantém relacionamentos de dominação e submissão pela internet, sem que jamais se encontrem pessoalmente. São infinitas as alternativas para quem quer experimentar o BDSM sem mudar radicalmente sua vida sexual.

 

DÁ PRA MANTER UMA VIDA NORMAL PRATICANDO BDSM?

Há muito preconceito e ignorância na sociedade com relação às práticas BDSM. Uma pessoa que tenha sua vida sexual revelada pode ter a sua imagem pessoal extremamente prejudicada e acaba sofrendo grande represália, muitas vezes, podendo até mesmo perder o emprego por “justa causa”. Por conta disso, a maioria esmagadora dos praticantes prefere esconder os seus desejos, frequentemente adotando “apelidos fetichistas” sem sequer revelar o nome verdadeiro. É, aliás, uma questão de ética entre os praticantes jamais prejudicar a privacidade dos colegas – e também jamais julgar os fetiches dos outros, mesmo que eles não te agradem. Afinal, quem sabe o que é ter os próprios desejos debochados por incompreensão da sociedade, deve fazer o máximo para evitar replicar esse comportamento. Os coletivos que realizam festas e eventos BDSM costumam ser muito rigorosos na proteção da privacidade dos seus participantes e quase sempre proíbem a entrada de câmeras, e até fazem entrevistas algumas semanas antes para prevenir a entrada de pessoas desconhecidas.

São poucas as pessoas que adotam um estilo de vida abertamente BDSM. Quem faz, geralmente são os praticantes 24/7, que vivem uma relação de dominação e submissão em tempo integral. Nesses casos, a enorme quantidade de rituais – como, por exemplo, o ato do submisso de sempre dizer “sim, senhor” ou “sim, senhora” – acaba tornando a tarefa de esconder o status da relação muito difícil.

 

QUEM PRATICA O BDSM EM PERÍODO INTEGRAL NÃO CANSA? 

Quem entra em um relacionamento 24/7 assim o faz por espontânea vontade. Os participantes conversam e entram em acordo sobre todos os aspectos desse relacionamento: são estabelecidos regras e limites, as práticas que podem ser feitas e as que não podem e em que exatamente a pessoa dominadora controlará a vida da submissa. Às vezes é uma questão apenas sexual e pode haver controle de orgasmos ou masturbação, por exemplo. Outras pessoas adotam o controle de roupas, dinheiro ou até da alimentação. Tudo depende de quanto o submisso está disposto a submeter e de quanto tempo e disponibilidade o dominador tem para dominar, além do prazer de ambos.

O arranjo dessas relações, na verdade, não é muito diferente aquele feito em um relacionamento tradicional. Quando duas pessoas se casam, elas também precisam combinar quem toma conta de casa, quem faz as compras e quem cuida dos filhos, por exemplo. A diferença nesse caso está no fato de que os integrantes assumem a posição de dominador ou submisso. É comum que as partes elaborem um contrato simbólico, especificando os deveres, limites e funções de cada um.

A qualquer momento alguma das partes pode decidir que não quer mais viver o relacionamento e seguir sua vida, pois não há nada que o aprisione essencialmente. Apesar de não ter a mesma formalidade, o término de uma relação BDSM pode ser tão difícil quanto o término de um casamento e retirar a coleira é um ato tão significativo quanto a devolução de uma aliança.

Esqueça a idéia de que tudo é sobre sexo. Os praticantes de BDSM podem se apaixonar, amar e demonstrar afeto como todo mundo. Ninguém age o tempo inteiro como um carrasco ou escravo. Há momentos de lazer e carinho e quem vive em um relacionamento de dominação e submissão ainda faz coisas como sair para jantar ou ir ao cinema. A única cartilha do BDSM é a do consentimento e segurança; todas as outras regras são criadas por você.

Um número cada vez maior de pesquisas começa a comprovar de maneira científica que adeptos do chamado BDSM (bondage e disciplina, dominação e submissão, sadismo e masoquismo) podem obter a partir destas atividades uma série de benefícios físicos e mentais, sobre os quais a comunidade de praticantes já sabia há muito tempo.

 

‘…Quando você está amarrado, é como se não fosse responsável por mais nada que acontece – e há um sentido de liberdade nisso…’

 

Em um estudo de 2013, os pesquisadores entrevistaram 902 pessoas que realizavam práticas BDSM regularmente e 434 indivíduos “baunilha”, termo usado para se referir àqueles que fazem sexo convencional. Ao responderem perguntas sobre personalidade, relacionamentos, vínculos e bem-estar em geral, os participantes adeptos do bondage (fetiche de amarrar e imobilizar o parceiro de diversas formas) demonstraram um menor grau de neuroticismo, traço semelhante à ansiedade, quando comparados com os que só faziam sexo baunilha. Eles também se mostraram mais seguros, confortáveis e calmos em seus relacionamentos, o que sugere a existência de uma ligação entre a prática e estes traços psicológicos positivos.

Outro efeito muito familiar à comunidade BDSM são os estados alterados de consciência. “Eu faço muita ioga e meditação”, disse a NYMag uma praticante dos fetiches e especialista em relações internacionais em uma grande ONG, que se identificou apenas como Ratie. “Eu acho que a corda pode ter o mesmo efeito. Quando você está amarrado, é como se não fosse responsável por mais nada que acontece e há um sentido de liberdade nisso. É um dos poucos momentos nos quais não tenho que me preocupar com todas as minhas responsabilidades”, contou. “Tem esse arrepio que corre o corpo todo. É como uma droga”, disse Christy, outra adepta. Outras pessoas relatam este estado mental como uma forma de escapar de si mesmas semelhante a que se obtém com o álcool – só que com percepções mais claras e aguçadas. É mais uma sensação de atenção plena do que de inebriação.

Este estado de liberação completa do estresse e foco apenas no presente é chamado de “subespaço”. Os praticantes do BDSM relatam que ele é mais facilmente obtido através do bondage, mas que também pode ser alcançado por meio de atividades de submissão. É o contrário do “sobrespaço” sentido pelos dominadores, que tem mais a ver com um senso de foco, controle e satisfação. Estudos realizados com dominadores e submissos mostraram que os níveis de cortisol (hormônio do estresse) diminuíam em ambas as partes após as práticas sexuais. Testes mentais de memória, atenção e autocontrole apontaram um pior desempenho dos submissos – um indicativo da alteração de consciência. Segundo Brad Sagarin, psicólogo especialista em BDSM, pode-se chegar a estados parecidos com exercícios físicos ou drogas. “Isso faz com que as pessoas se liberem por um tempo. Você é colocado em uma posição onde não tem controle, e isso na verdade é muito libertador. Você pode apenas relaxar e se soltar”.

Curvilínea? Plus Size? Fofinha? Gordinha? Acima do Peso? Ou Simplesmente VOCÊ? By Pati.

Já escrevemos aqui antes sobre o término da ditadura da magreza e da juventude. É claro que se trata de um processo e não algo que acabará de um dia para o outro. A idolatria à magreza foi construída socialmente,  foi inculcada em nossas mentes e isso demora a ser desconstruído. Mas este caminho já está sendo trilhado e isso é o mais importante. Só não o enxerga e só pisa fora deste caminho quem assim deseja!

A mulher ‘acima do peso’, ‘plus size’, ‘curvilínea’ ou seja lá como seja chamada ou como ela se denomine e se veja,  está livre para se mostrar, para deixar de se esconder sob roupas feias, escudos e coberturas com a finalidade de apagar seu corpo. Mulheres acima do peso, como eu e como muitas que, acredito e espero, lerão este texto,  podem e devem, vestir-se para se sentir bonitas, para agradar a si mesmas e a quem mais desejem; podem e devem vestir-se para não mais esconder seus corpos e até para mostrá-los, desde que queiram.

Algumas confecções voltadas a este segmento de público consumidor erram muito criando modelos horrorosos em tamanhos grandes, sem nenhuma elegância, sem encanto, sem feminilidade. Como se o nosso problema fosse encontrar um pedaço de pano costurado que nos servisse! Queremos roupas que nos embelezem e valorizem nossas formas, não que nos cubram apenas!

No facebook, o perfil ‘styling curvy’ (https://www.facebook.com/stylingcurvy/photos) mostra exatamente a mulher que eu tento descrever aqui:  acima do peso que a sociedade cultua como ‘ideal’ (para que? para quem? por que?), ela se veste de maneira alegre, moderna, arejada, colorida! Selecionei alguns looks que são perfeitos para o clima brasileiro e que ficam bem em qualquer mulher, traduzindo a ideia que desejo transmitir a vocês e a mim também: que nossos manequins 48, 50, 52… podem ficar lindos se soubermos escolher bem as nossas roupas, as cores, os tecidos, os modelos…

Abaixo, muitas ideias para vocês, meninas grandes como eu!!!!

Espero que gostem e aproveitem!

Beijos,

By Pati.

Vestidos longos, deliciosos, confortáveis. Impossível viver sem eles… Observem a presença do tênis branco: um must da estação, vai com calça, com saia, com vestido, com bermuda.

 

Mais curtos, em diferentes estilos e propostas. O preto e o vermelho marcam bem a cintura, o decote ‘V’ ajuda a alongar a silhueta. Na imagem maior, a estampa étnica cria um ar despojado com o colete e o cinto solto caindo sobre o quadril. Ótimo disfarce para barriguinhas e pneuzinhos (amei!)

 

Adorei os looks despojados que ela criou: jeans, batas, leggings, chemise jeans … tudo muito relax para fim de semana e férias. Perfeito!

 

Saias e mais um vestido… todos os looks que ela compõe tendem à informalidade, mas seriam adequados para várias situações, inclusive profissionais.

 

Por fim, algumas sugestões de como usar uma legging com elegância  e estilo! Nossa amiga ‘Styling Curvy’ mostra e prova que mulheres cheias de curvas podem sim colocar toda a sua vaidade e criatividade pra fora! Não posso deixar de comentar os cabelos loiros e curtíssimos dela! Mesmo com bochechinhas e pescoço gordinho como muitas de nós têm (eu tenho!), ela foi firme, ousou um corte morderníssimo e  WOW!! Fantástico!

Outono Quente Demais? Alguns Looks Para Aproveitar Este Calorão Inesperado Sem Perder a Elegância. By Silvia.

Apesar das promessas da meteorologia de que o nosso outono seria mais frio do que de costume, o calor não nos tem  dado trégua! Por isso, continuamos tendo que ser criativas nos looks de verão.

Abaixo, algumas sugestões descontraídas que já incorporam as novas tendências outono-inverno 2016. Espero que gostem!

Beijos,

By Sílvia.

Um revival dos anos 1970…silvia look outono quente 3

 

Uma estampa floral, porém de fundo escuro, um tecido leve mas com mangas e longo, excelente corte para disfarçar pneuzinhos e barriguinha! Detalhe importante: peguei leve nos acessórios para não haver conflito com a estampa do tecido.silvia look outono quente 1

 

Por último, um jeans escuro, blusa de tecido fluido, cores claras, decote em ‘V’ para alongar a silhueta, cintura bem marcada, sapatilha em amarelo forte para contrastar. Cinto e bolsa em cor sólida e escura para não ‘brigarem’ com a blusa nem com a sapatilha. De novo, cuidado especial ao escolher os acessórios: apenas um par de brincos longos para garantir o movimento e acompanhar a linha traçada pelo decote.

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Da malhação com Jane Fonda no VHS, shakes, proteína do leite até o ‘whole30’: saúde ou indústria?

Continuando o post anterior, quando disse que a ditadura da magreza e da juventude  estavam com os dias contados, divido hoje com vocês este texto muito inspirado, assinado pela nutricionista Paola Altheia da UFPR e criadora do projeto Não Sou Exposição.

Quem, como eu,  lembra da Jane Fonda metida em malhas de lycra em cores metálicas malhando em fitas VHS, dos programas de malhação das TVs por assinatura… vai se identificar com o pensamento e a análise da autora.

Espero que gostem e tirem proveito!

Beijinhos,

By Pati

Quando ser saudável não é saudável

Fonte: http://thinkolga.com/2016/03/30/quando-ser-saudavel-nao-e-saudavel/

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Esses dias eu vi uma coisa chamada Desafio “Whole30″. Eu sou nutricionista, e perdão tribunal do mundo… Eu não conhecia isso. É uma proposta de alimentação muito restritiva e que me parece insustentável de seguir pelo resto da vida. É um programa de mudança radical na alimentação que promete um organismo limpo, livre de “inflamação” e toxinas. Vocês podem buscar. Não vou explicar em minúcias porque não estou aqui para promover o programa alimentar “clean” dos outros.

Isso me fez pensar em algumas coisas. Uma delas é o quanto se fala em “saúde” atualmente. Eu diria que a Era da aeróbica, das fitas VHS da Jane Fonda, das refeições congeladas diet, chás e shakes de emagrecimento está ficando para trás num passado nebuloso.

Nas últimas décadas do século XX, o sofrimento primordial de milhões de mulheres era manter-se magra. Mas valia tudo. Cigarro, Coca Diet, “boletas” para emagrecer, volumes ridículos de comida. Atualmente, não vale tudo. Somos a “geração saúde” e nunca soubemos tanto sobre nutrição, dietas, alimentos que “fazem mal”, são “venenos” e deixam a população irremediavelmente doente por causa do seu amplo consumo. Nunca falou-se TANTO em alimentação saudável, no entanto, nunca tivemos números tão expressivos de obesidade ao redor do globo. Irônico.

Enfim… Ser magra é out. Esbanjar saúde é in.

Ocorreu a troca do “ser macérrima” por “ter saúde”, mas isso não significa que não exista oportunismo mercadológico fazendo lavagem cerebral nas pessoas. Antes bastava fazer aeróbica e comer refeições “diet” (e vomitar, tomar anfetaminas, fumar 4 carteiras de cigarro por dia… mas disso a gente não fala). Atualmente existe um tremendo terrorismo nutricional, alegações de que determinados grupos de alimentos são “inflamatórios”, causam câncer, causam todos os males da humanidade… Fujam.

Substâncias e práticas que supostamente limpam e curam o organismo estão sendo proclamadas como SAUDÁVEIS, como a dieta cetogênica (“paleo”), produtos DETOX, papos estranhos holísticos e jejuns. Se anteriormente tínhamos um forte encorajamento do desenvolvimento da anorexia/bulimia, neste começo de século fomos “presenteados” com mais dois novos tipos de transtornos: ortorexia e vigorexia.

Ortorexia é uma obsessão por “comer certo”. Comer “limpo”. É um transtorno alimentar que se relaciona pouco com a imagem corporal, mas é um dos mais torturantes e estressantes que existem. Não chega a ser hipocondria, mas é uma extravagância preventiva. A pessoa tem uma lista quilométrica de alimentos ‘proibidos’, lê rótulos obsessivamente, perde a vida social e fica com severa deficiência de nutrientes. A vigorexia cresce em ritmo recorde porque as pessoas estão confundindo “ter saúde” com ter baixo índice de gordura corporal.

Mas a gordura corporal não é uma inimiga. Ela está presente no nosso corpo, faz parte da nossa fisiologia e existe por diversos motivos (a gordura protege o corpo contra choques mecânicos, regula a temperatura corporal, é veículo de absorção das vitaminas A, D, E e K. E recentemente descobriu-se que o tecido adiposo tem funções endócrinas específicas e que até participa da regulação da fome e da saciedade.)

A indústria das DIETAS (kits, comidas congeladas, chás, shakes) deu lugar à Indústria Fitness e dos alimentos “””saudáveis””””… A coisa toda foi repaginada, mas seguimos sendo explorados por uma indústria que simplesmente se adaptou para nos vender um novo discurso: quem come “certo” é um vencedor e tem sucesso. Quem não se controla e “jaca” (como se diz no Brasil) é um derrotado, que não tem vergonha na cara. Ser gordo? Reprovação social plena!

Mas até que ponto essas práticas ‘saudáveis’ são verdadeiramente saudáveis? Alimentação e atividade física compõem uma vida sadia, é evidente. Mas não é SÓ isso. Será que estamos verdadeiramente vivendo de maneira saudável se seguirmos todas as regras higienistas da manutenção do corpo, mas submetidos a um imenso estresse mental?

Almoçar arroz integral, uma carne magra grelhada (ou uma substituição se você for vegetariano), salada e um copo d’água é uma opção saudável. Comer bolo floresta negra e brigadeiro em uma festa de aniversário TAMBÉM é saudável. O brigadeiro não é FUNCIONAL nem utilitário. No entanto, é afetivamente, mentalmente, socialmente e culturalmente saudável que as duas realidades se permeiem. A gente come de tudo um pouco. É normal.

Um tremendo esforço para manter uma alimentação SAUDÁVEL, mesmo que seja saudável, não é saudável. Da mesma maneira que nós não aceitamos mais a dieta dos pontos, as normas dos Vigilantes do Peso e os kits de shakes emagrecedores, chás e refeições ‘light’ congeladas… Nós também não aceitamos um referencial de beleza estupidamente magro. Acabaram-se os dias do “Heroin Chic”.

O advento da internet tem forte papel nessa mudança de mentalidade. Atualmente temos mídias alternativas (Blogs, Sites, canais no Youtube) que transmitem mensagens que não são veiculadas pelos meios de comunicação da mídia tradicional.

A mulher passou a perceber que ela não precisa emagrecer para frequentar a praia. Emagrecer para casar. Emagrecer porque é o seu dever existencial (porque mulheres devem ser bonitas, portanto magras).

Começou o movimento de aceitação. Porque tudo o que é muito represado, eventualmente extravasa. Porque quanto maior é a altura, maior é a queda. E se frequentamos as nossas aulas de história direitinho, já sabemos que todos os Impérios eventualmente acabam. Nós NÃO ENGOLIMOS mais a magreza surreal que nos foi socada goela abaixo ao longo de décadas.

Ok, mas e o homem? Ele nunca precisou se preocupar muito com isso porque ele é imagem e semelhança de Deus. É até bonito que ele fique grisalho, careca, barrigudinho… “quanto mais antiga a safra, melhor o vinho”, certo?

Entretanto,as coisas estão ficando apertadas para eles também. A febre fitness demanda corpos cada vez mais definidos, grandes, musculosos… E para sustentar as demonstrações corporais de potência e virilidade, MUITOS suplementos precisam ser consumidos e MUITO ferro precisa ser puxado. Foco. Força. Fé. E o seu dinheiro aplicado em potes cintilantes de Whey Protein.

~~Apenas uma curiosidade:

Quando o leite é entregue à indústria de laticínios, ele é aproveitado de diversas maneiras: leite integral, semidesnatado, desnatado. Manteiga, ricota, iogurte, creme de leite. TUDO é devidamente extraído e transformado para ser comercializado. Anteriormente, havia uma coisa que sobrava: o SORO do leite. E ele era sumariamente descartado. Eis a sacada de Midas: mas por que não LUCRAR com o descarte? Basta começar a vender a proteína isolada do soro do leite alegando ser o alimento mais completo do mundo. Tcha-nã: você comprou o lixo da indústria por quatrocentos reais.~~

Só que a situação não é TÃO ruim para os homens, já que eles podem conquistar aceitabilidade social e status através de dinheiro, poder, bens materiais, altas posições no mundo corporativo, intelectualidade… Há mais chances de ser reconhecido, certo?

Já as mulheres SÓ têm a beleza como moeda de valor. Então a manutenção dos atributos físicos é uma prática fundamental. É questão de sobrevivência e, com o movimento de aceitação, os limites da denifição de “beleza” se tornaram um pouco mais amplos. Um pouco. O ideal de beleza se encontra, de fato, um pouco menos restrito

Nós clamamos para que aceitassem os nossos diferentes corpos, pesos, alturas, cores, cabelos… E as indústrias da moda, dos cosméticos, da estética, da vida Fitness cederam… mas também não permitem que a coisa vá TÃO longe.

Temos top models Plus Size? Sim, nós temos! Mas é um corpo Plus Size “tolerável”. A gorda aceitável veste 44. Ou 46 (o que é muito avanço, se fizermos um comparativo com a ditadura do 34/36). A gorda aceitável também tem cintura fina. Bem fina. Ela é CAUCASIANA. Ela tem corpo de ampulheta e All the right junk in all the right places(Meghan Trainor – “All About That Bass”). E é primordial que a gorda aceitável declare, sempre, que ela é tonificada, come “certo” e faz bastante atividade física.

Aí que o tsunami da SAÚDE mescla com a (relativa) democratização dos corpos: “Nós permitimos que você não vista 36. Mas você não pode ser uma maldita gorda sedentária e sem vergonha. Porque nós temos uma genuína, grande, sincera preocupação com a sua SAÚDE… Então compre nossas marmitas fit, nossas receitas com Whey, nossos sucos detox, nosso programa de dieta Paleo, nossa linha sem glúten, nossos pudins 0% lactose!”

Nós não somos a geração saúde. Nós não estamos cultivando o bem estar. Nós não temos corpos livres. Nós não somos livres… Tudo isso é apenas uma NOVA maneira de mercantilizar a nossa vida. É preciso estar atentas para as novas armadilhas e lutar por uma liberdade que em nada nos limite.


Paola Altheia é nutricionista formada pela UFPR e criadora do projeto Não Sou Exposição.

Arte: Kelly Bastow, aka Moosekleenex

Como eu me vejo; Como vc se vê; Como ela se vê; Como nós a vemos! COMO REALMENTE SOMOS! By Pati.

A ditadura da magreza chegou ao fim! Sim, chegou e só não enxerga quem não quer. Afirmo que ela chegou ao fim porque quem mais lucra com a própria já descobriu como ganhar dinheiro, não só com as mulheres curvilíneas, mas com as mais velhas também, e o dinheiro é o que move o mundo capitalista. Por isso, encho a boca para dizer que A DITADURA DA MAGREZA CHEGOU AO FIM! E A DA JUVENTUDE TAMBÈM!

Não, não foi por respeito ao verdadeiro corpo feminino. Não foi por consideração às meninas que sofrem de distúrbios alimentares ao redor do mundo. Não foi pelo estrago psicológico que causam na mente feminina em todas as idades. Foi por algo muito menos filosófico e nobre. Foi meramente por DINHEIRO!

A sociedade passou a questionar, a se contrapor, a se rebelar contra os padrões absurdos, ridículos e artificiais  das inatingíveis 10 top models que surgem e desaparecem ao longo das décadas: eternamente jovens e doentiamente magras. Alguém aqui se lembra de uma tal de Lisa Fonssagrives? Pois é, ela foi a primeiríssima top model do mundo (e não a Twiggy), entre os anos 1960 e 1970. Seus traços e seu corpo ditaram os padrões de beleza de sua época e as mulheres que eram diferentes dela, ou seja, todas as demais que não eram Lisa, se torturavam. E de Elle MacPherson, top model dos anos 1980? Ou Cindy Crawford, dos anos 1990? Ou a ainda atual, embora aposentada, Gisele Bundchen? Que pena não termos nascido com todos aqueles centímetros de altura, aqueles cabelos maravilhosos, aquele quadrilzinho estreito… Pois é, meninas, nenhuma de nós nasceu!

Segundo a ONU, em 2010 havia 3.418.059.000 mulheres no mundo. Quantas delas correspondem às características físicas de uma top model? Dez? Vinte? Há algo muito, muito, mas muito errado mesmo com este conceito, não?

Mesmo que por meio tortos, a indústria da moda ‘entendeu’ isso e os padrões de beleza estão sendo corrigidos. Na esteira do novo caminho surgem, não apenas as modelos curvilíneas, como também as modelos de mais idade. Dois vivas: ‘FINALMENTE!’ e ‘QUE BOM!’

As novas imagens que circulam na net, nas revistas, na TV, no cinema, impactam positivamente na nossa psiquê, na nossa auto-estima. O cinema, já há alguns anos, começa a mostrar o amor entre os cabelos brancos, o sexo, o romance, o recomeçar profissional dos cinquentinhas, dos sessentinhas e daí pra mais… As mulheres curvilíneas  tiram a roupa, desfilam de lingerie, orgulham-se de seus muitos centímetros a mais.

 

 

Recentemente, em Santos, minha cidade natal, houve um bem humorado evento na praia em que as curvilíneas chamando-se carinhosamente de ‘gordas’, colocaram biquini e decretaram que ‘HOJE VAI TER GORDA NA PRAIA’. Sem medo de usar a palavra proibida: G-O-R-D-A! O grande palavrão: G-O-R-D-A!  A grande ofensa: G-O-R-D-A!

plus 10

Há pouco mais de um mês, assumindo minhas curvas,  adquiri um biquini e um maiô. Não foi um maiô preto, daqueles que usamos para pedir desculpas por estar “fora de forma” (que forma???? de palito????)… Foi um maiô floral, coloridíssimo, estampadíssimo, cheio de pinks, blues e yellows! E um biquini de zebra, largo nas laterais, nº 48, para cobrir o que não desejo mostrar, mas ainda assim, um biquini! E já usei ambos: cinquentinha, curvilínea e vovó, de biquini e maiô, chapéu, óculos de sol, canga de copacabana e filtro solar! Sem esquecer o rímel e um batonzinho nude! Porque uma mulher de 50 pode tudo, sim senhora!